sábado, 5 de abril de 2014

Loucura

          Hoje a loucura surrou a porta da minha sanidade. Entrou feito um vendaval, tirando tudo do lugar. Cada palavra, medida, forma... tudo que estava em perfeita métrica. Agora, fora de eixo. De contexto. De pernas pro ar.  Toda roupa suja sendo lavada em público, exposta no varal, secando ao ar livre. A paciência escorreu pelo ralo da pia. O tapete foi removido do lugar, sujeira pra tudo que é  lado. A boca feito arma, tiro saindo pela culatra. Palavras pesadas de chumbo. Atingindo ambos. Peito sangrando em carne viva. Pupilas dilatadas. Mãos frias. Um coração em arritmia. O diagnóstico foi dado: loucura generalizada.
-Ayllane Fulco

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