Eu estava frente a frente comigo mesma, mas de uma forma um tanto absurda, fora da cena dessa vez. Estava me revendo em um outro ser, parecido comigo. Eu estava apenas observando o fato, de longe, sem poder opinar em nada. Literalmente sem voz. Feito uma sombra revendo o meu passado. Mas dessa vez não era uma memória, era um fato, concreto e palpável.
Sim, era eu em outro corpo. Com as mesmas aflições. Era eu, de uma forma diferente, com outro gene, em outro ser. Perplexa com tantas divergências em tão pouco tempo. Decepcionada com o que ouvia naquela ligação pertubadora. Eu apenas fiquei ali, vendo aquela cena sem entender de primeiro o que estava acontecendo, vendo aquele ser tão parecido comigo aflito.
E o que aconteceu? Já não importa e nunca importou. Naquele momento me dei conta de como eu era vunerável em todos os momentos em que eu atendia o celular. Depois de tantos anos, eu precisei de uma cena fora de mim, fora do meu espaço, para finalmente poder entender o que se passava de fato fora de mim.
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