Saudades do seu sorriso que estava tão próximo do meu, dos seus olhos castanho-claros refletindo as luzes coloridas, da forma pela qual me fazia sorrir. Era tão engraçado o meu jeito atrapalhado, tentando imitar seus passos, que o fazia sorrir da minha confusão e dizer com tanta leveza que eu estava indo bem, só para não me deixar mais sem graça. E ainda insistir no meu jeito atrapalhado, pois ambos sabíamos de como eu era desengonçada, mas ainda assim não largava a minha mão. Às vezes me pergunto por que é que continuei nessa desastrosa tentativa de dançar, mas no fundo eu sabia que valeria a pena, e já estava valendo, pois o que importava para mim, naquele momento, era senti-lo próximo, de uma forma que eu não sei muito bem explicar, todas às vezes crio uma nova explicação. Mesmo só o conhecendo de vista, o que torna tudo isso uma história muito boba e inocente (o pior é que sei de tudo isso), algo não me deixava soltar sua mão, que a mantinha como válvula de escape à minha vergonha, em cada erro a prendia com mais força, como se estivesse preste a explodir. Sempre pensei que para me fazer dançar fosse necessário muita bebida alcóolica para quiçá eu tivesse coragem, mas naquela noite não sei o que diacho me fez vencer a timidez, com certeza era algo mais forte do que vodka pura, mesmo sem ter um pingo de álcool em meu sangue. E o que aconteceu? Nada, ficamos apenas dançando de uma forma engraçada, até ele ir embora. E agora fico me perguntando o porquê que estou assim, tão confusa, talvez eu seja idealista demais, me prenda a pequenos detalhes que ninguém nem os perceba. E talvez ele nem tenha percebido todos esses detalhes numa dança. E mais um talvez: talvez eu estivesse certa quando disse que iria acabar desistindo de me ensinar a dançar. E naquela noite, ele acabou desistindo de mim também.
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