Por mais tola que eu pareça ser, e sou, eu continuo aqui, feito
um fantasma talvez. Apareço de mansinho, no escuro de sua memória já tão
preenchida de tantas coisas vãs. Fico no meu canto, quieta. Como uma pequena
estrela, distante e em silêncio, que basta apenas olhar para os céus e perceber
que sempre estive por lá, observando cada passo seu. Mas não se sinta
intimidado com minha presença, se não a quiser, basta apenas não levantar os
olhos. No entanto, quando sentir minha falta, mas seu orgulho for maior do que
sua vontade, basta parar um pouco e contemplar o sereno céu, olhar em
silêncio para mim. Mesmo quando estiver nublado, e não conseguir me perceber,
ainda assim estarei por entre as nuvens, carregadas de gotas d'água. Mas não se
incomode quando chover, às vezes será necessário desaguar o que já acumulou com o tempo, purificar a alma.
-Ayllane Fulco
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