quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Que bicho a mordeu?


Que bicho a mordeu? Era essa a pergunta que se faziam quando a raiva lhe subia a cabeça. Seus olhos ardiam em chama, sua voz ecoava por toda a rua. Seu semblante ficava irreconhecível até para seus familiares. A raiva a dominava de forma perplexa, fazendo todos que acreditavam conhecê-la ficar de queixo caído, boca aberta. Principalmente aos que acabavam de conhecê-la, anteriormente falavam até em voz alta "de onde vem essa calma?". Pobre pessoa que se enganasse com a tal figura. Não se julga o conteúdo pela embalagem. Mas de frente pra ela, era quase impossível não julgá-la pela embalagem, tão pequena e frágil. Não aparentava qualquer risco. Mas quando a raiva lhe subia a cabeça... Corra! Ela irá jogar algo pelas janelas! Irá gritar até sua voz ficar rouca. E depois que ficar rouca, que a face já estiver rubra e a raiva deixá-la sozinha, sair de mansinho, prepare-se o colo e os olhos. Aquela figura irreconhecível de repente vira dó, uma pobre criatura choramingando pelos cantos, baixinho, contento o soluço. Parece até espantada! Veja só que coisa maluca! A fera que vira rosa, ou seria a rosa que vira fera? Não se sabe. O que todos sabem é que ela é um ponto de interrogação. E que ninguém deve se meter com ela. Parece até que tem veneno na ponta da língua e uma mala de primeiros socorros em mãos. Fere e sara. O que essa criatura quer afinal? Ninguém sabe ao certo. Dizem que ela se transforma em lua cheia. Outros que ela é de outro mundo. Sua presença é antítese. Sua pessoa é cheia de contradições. Ora parece um anjo, outrora filha do diabo. Cruzes!

Nenhum comentário:

Postar um comentário