sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Quando se deseja...


Tem uma frase a qual gosto muito e acredito piamente "Quando se deseja muito uma coisa, o universo conspira ao seu favor" (Paulo Coelho). Genial! É tão verdade que muitas vezes pensamos "nossa, que coincidência" ou "... foi o acaso". Mas na verdade as coisas são premeditadas, pois coincidências são tão difíceis de acontecer quanto um raio lhe atingir duas vezes! Nossa mente tem um poder incrível de "prever" o futuro, faz conexão por telepatia com outro ser, em outro espaço.
É engraçado quando pensamos "nunca mais falei com fulano, ou, nunca mais assisti tal filme", e de repente, na mesma semana fulano te liga ou você o encontra a caminho da padaria. E o filme passa na sessão da tarde. E você mais uma vez pensa "Nossa, que coincidência!"
Mas será mesmo? Acredito que não. Por isso é tão importante pensar positivamente. Dizer "eu quero, eu vou, eu consigo", e isso não é prepotência, é confiança. E confiança é sempre bom, quando não chega a se tornar prepotência. Então confie mais em si, use sua mente para materializar aquilo que deseja. E aí, mão e mente à obra!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Que bicho a mordeu?


Que bicho a mordeu? Era essa a pergunta que se faziam quando a raiva lhe subia a cabeça. Seus olhos ardiam em chama, sua voz ecoava por toda a rua. Seu semblante ficava irreconhecível até para seus familiares. A raiva a dominava de forma perplexa, fazendo todos que acreditavam conhecê-la ficar de queixo caído, boca aberta. Principalmente aos que acabavam de conhecê-la, anteriormente falavam até em voz alta "de onde vem essa calma?". Pobre pessoa que se enganasse com a tal figura. Não se julga o conteúdo pela embalagem. Mas de frente pra ela, era quase impossível não julgá-la pela embalagem, tão pequena e frágil. Não aparentava qualquer risco. Mas quando a raiva lhe subia a cabeça... Corra! Ela irá jogar algo pelas janelas! Irá gritar até sua voz ficar rouca. E depois que ficar rouca, que a face já estiver rubra e a raiva deixá-la sozinha, sair de mansinho, prepare-se o colo e os olhos. Aquela figura irreconhecível de repente vira dó, uma pobre criatura choramingando pelos cantos, baixinho, contento o soluço. Parece até espantada! Veja só que coisa maluca! A fera que vira rosa, ou seria a rosa que vira fera? Não se sabe. O que todos sabem é que ela é um ponto de interrogação. E que ninguém deve se meter com ela. Parece até que tem veneno na ponta da língua e uma mala de primeiros socorros em mãos. Fere e sara. O que essa criatura quer afinal? Ninguém sabe ao certo. Dizem que ela se transforma em lua cheia. Outros que ela é de outro mundo. Sua presença é antítese. Sua pessoa é cheia de contradições. Ora parece um anjo, outrora filha do diabo. Cruzes!

Fórmula do amor



      Procura-se nas farmácias, nas perfumarias, nos bordéis e nas igrejas. Pergunta-se às prostitutas, ao padre e ao pastor. Qual é a cor, a forma e o sabor? É perigoso, venoso, letal? É caro? barato? Vale o preço?
      Procura-se a fórmula do amor! Há quem diga que os ingredientes são carro, dinheiro, fortuna. Há os que afirmem que com dinheiro não se paga. Mas afinal, quanto vale um pouco de amor?
      É os olhos da cara! Grita um velho vagabundo. É de graça! Grita uma sábia senhora. Já as prostitutas cochicham entre si, risos medonhos, tão veemente acreditam que o amor não passa de teoria! Coisas que homens apaixonados falam a suas amadas, afim de encantá-las, tão cheios de lábias.

- Querido vendedor de sonhos, procuro por uma fórmula chamada "amor". É questão de vida ou morte, meu senhor, acredite em minha sincera honestidade!
- Perdoe-me senhor afoito de  sentimento traiçoeiro. Teimo em dizer que essa fórmula não está mais à venda. Entrou em liquidação há alguns dias, e não resta nem sequer uma para salvá-lo dessa dúvida que assola.

E assim o procurador de amor partiu. Lastimou sua má sorte. E nunca mais se ouviu falar dele.

(Ayllane Fulco)

Ela e Ele

Ela estava disposta a mudar-se. Ele disposto a continuar sã. Ela estava querendo se libertar de tudo e todos. Ele queria o mesmo. Ela foi quem rompeu um relacionamento. Ele foi deixado no altar. Ela não sabia aonde estava indo, e isso não importava. Ele sabia aonde não queria chegar. Ela era dona de um sorriso encantador. Ele era dono de um silêncio ensurdecedor. Ela não gostava de correr. Ele vivia fugindo. Ela esquecia o passado. Ele guardava-o escondido. Ela se sentia leve. Ele se prendia em seu medo. Um dia eles se conheceram. Ficavam muito tempo juntos. Ela passou a planejar, a criar expectativas, a se prender nesse novo mundo. Ele continuava preso ao medo. Ela queria filhos, casa, cachorro. Ele queria um bom emprego, dinheiro e conforto. Eles se amavam, era fato. Mas ela queria mais do que ele poderia lhe oferecer no momento. Não teve jeito, ela rompeu mais um relacionamento. Ele ficou sozinho junto com o seu medo de compromisso. Ela conheceu outros. Casou-se com outro. Teve filhos, casa e cachorro com outro. Ele conseguiu um bom emprego, dinheiro e conforto. Ela se sentia finalmente completa. E ele se sentia totalmente incompleto.

- Ayllane Fulco

Chegou um momento

Chegou um momento em que minhas palavras estão se tornando meus atos. Meus pensamentos estão saindo do papel. Chegou um momento em que liberdade é pouco. O que sinto ainda não tem nome. Nesse momento sinto que estou despertando de um sono profundo que dormi por tanto tempo. Talvez seja o mal da maioridade. Ou talvez não, meus caros. A questão é: hoje me sinto mais mulher. Vejo-me mais claramente. Compreendo-me melhor, e o que não compreendo já não me incomoda mais.
É que hoje eu penso mais em mim. Liberto-me mais da futilidade alheia. Jogo-me no acaso. Hoje eu tomei as rédeas do meu caminho. E passei a acreditar em mim mesma, em quem sou e aonde quero chegar. Hoje me libertei da ignorância e da hipocrisia.
- Ayllane Fulco

Masculino de vadia

Ele ama outra. Curte as demais.  Fala mal das vadias. 
Mas curte as demais e as vadias... 
Afinal, qual o masculino de vadia? 
Hipócrita cairia bem, afinal.

Renda-se

Renda-se ao amor que bate à porta
Renda-se ao sorriso de um desconhecido
Renda-se aos braços abertos de um abraço
Renda-se às mais bobas notícias
Renda-se aos mais tristes olhares
Renda-se ao que não é permitido
Renda-se ao irreconhecível.
Renda-se ao que é real. Ou que aparenta ser.
Mas renda-se enquanto pode!
Um dia a vida irá te render por completo
E você não terá mais escolhas, se não:
render-se diante dela.

- Ayllane Fulco

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Rostos e suas particularidades



Engraçado como o "facebook" consegue localizar e identificar o rosto de cada um nas fotos, perguntando se deseja marcá-lo. Saber que aquele sorriso é só seu, aqueles olhos pequenos e sobrancelhas arqueadas são tão suas, e só suas. Consegue captar com a maior facilidade que até Deus duvida. E nós, meros humanos, quando pensamos no rosto de alguém, primeiro é só um borrão, e depois de alguns segundos sai um rascunho em mente, mas os detalhes, os preciosos detalhes que particulariza cada indivíduo fogem da lembrança. Olhos castanhos claros ou mel?! Feche os olhos agora e pense em alguém, com todos os detalhes possíveis, agora desenhe. Ok, se não sabe desenhar, apenas fale os detalhes para que o desenhista o faça. É difícil, não?
Identificar rostos não é lá tão difícil, mas dizer as particularidades de cada um é bem difícil. E se você concorda com isso, imagina só saber o que cada um trás dentro de si, de suas particularidades. De seus sorrisos tortos, de suas bochechas volumosas, queixos protuberantes. Ouso em fazer uma pergunta ainda mais difícil, você conhece suas particularidades? Um auto-retrato, talvez? Com certeza já deve ter-se visto muito, não teria desculpas. Mas sabe o que é? Até nosso rosto é difícil reconhecer. Sabemos se temos orelhas grandes ou boca pequena, mas não paramos pra notar os detalhes, como, qual a cor que sua boca fica ao tomar água gelada? seu rosto é simétrico? Qual lado seu rosto é mais bonito? Morde os lábios quando está indecisa?
É meus caros, são muitas perguntas nunca antes pensadas. São detalhes que atravessam nossos olhos diariamente, o tempo todo, até diante do espelho. Enquanto muitos se surpreendem com um desenho realista, como sendo coisa do diabo alguém conseguir captar com tamanha perfeição a realidade. E talvez seja mesmo coisa de outro mundo. Ou talvez não, sejamos nós os desligados da história, passamos pela vida e pelas pessoas sem notá-las. Olhamos-nos no espelho e só enxergamos aquilo que nos incomoda, se o cabelo está liso ou se a maquiagem está borrada. E perdemos a chance de conhecer nossas particularidades, o que nos torna únicos, singular. E aos outros.
- Ayllane Fulco

Ser frio


Sabe toda aquela conversa de "Fale o que pensa!", "Não guarde o que sente!"... Essas frases são ditas por pessoas que nunca sofreram uma decepção amorosa. Ou que já esqueceram como é passar por ela. Você ouve essas frases, enche o peito de coragem e diz as três palavrinhas mágicas "Eu te amo". E o que acontece? Nada! Simplesmente você é ignorada e toda a sua coragem se torna humilhação. Mas não por culpa do outro. Quer dizer... Não há culpa e nem culpados. Mas de toda essa história lamentável você aprende uma coisa: a ser fria.
Sim, ser fria. Você primeiro sofre. Chora rios. Mas depois levanta a cabeça, com a convicção de que jamais cometerá o mesmo erro. Recompõe-se, arruma a roupa amontoada no corpo. Enxuga as lágrimas e bola pra frente!
O que se leva da decepção é o medo de não sofrer mais. Não criar expectativas mais. E nunca, nunca mesmo, achar que é especial pra alguém, e acima de tudo a não esperar nada de nada e nem de ninguém. Quem ganha nessa disputa invisível é aquele que não se permitiu ser. Ser transparente, ser de sentimento verdadeiro. E com o tempo você aprende que ser frio ganha mais. Sofre menos. E mesmo que isso não se chame liberdade, a frieza é uma prevenção pra qualquer sofrimento.
A primeira vez que o peito se despedaça em pequenas frações, demora juntar seus pedacinhos. E nunca fica inteiro novamente. Deixa marcas de que um dia foi quebrado. Mas você precisa ser forte. E saber que ignorar o fato não é solução, nunca se esqueça disso. Ignorar que sofreu, ignorar o outro, ignorar seus sentimentos... Isso não é cura, longe disso, é auto-opressão. O que é preciso é encarar a realidade como ela é, nua e crua, e depois de mergulhar profundamente na decepção e achar que chorou o bastante, pronto, é hora de levantar e superar, sem fingir, pois como diz Renato Russo "mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira".
Muitos poderão achar que ser frio é uma opressão. E talvez seja isso mesmo. Mas do jeito que as coisas andam, sentir demais será um atraso de vida. Por que, sinceramente, se formos ficar tristes por tudo aquilo que nos comove, por menores ou maiores que sejam, nunca iremos caminhar sem se martirizar, dar um passo adiante na vida. Ficaremos sempre lamentando pelo leite derramado. Pelo trânsito barulhento. Pelas pessoas falsas. Pela demora na fila do caixa. Pelo corpo que não tem. Pelo dia que chove. Por amor dos que perderam. Pelo cargo que não conseguiu... E por aí vai.
Também não espero que as pessoas se tornem robôs, sem coração. Não me deixa feliz fazer esse texto. É triste e lamentável dizer que devemos ser frios se queremos sofrer menos. Por que, pode acreditar, pra mim é difícil ser assim. Esconder o sorriso ou uma lágrima. Ocultar verdades que meu coração teima em dizer. Falar que está tudo bem, que não espero por nada. E acima de tudo a não criar planos. Tenho uma certa neura com isso. Quero planejar minha vida do início ao fim, e acabo me frustrando com isso e aos outros também. Por isso escrevo esse texto para nós dois, eu e você, meu caro leitor.
Não me entenda mal. você pode e deve ser solidário com todos. Dar conselhos. Ser uma pessoa querida. Até porque uma pessoa amargurada incomoda, e muito, quem está ao seu redor.
E quando afirmo que deve ser frio, estou me referindo ao fato de que não deve criar expectativas, você nunca sabe ao certo em que território está metido. Demonstrar afeto é essencial, é humano (ou deveria ser), mas tenha cuidado pra quem está demonstrando-o. Quando se entrega o coração a alguém, você está permitindo que faça o que quiser com ele, então depois não se lastime, você doou seu coração. Por isso, meu último conselho é: deixa o coração em seu próprio peito. Se ele quer dançar e saltar em valsas, deixe-o, ele tem vida própria, eu sei. Mas não o entregue a ninguém, (a não ser aos filhos, é claro), pois ele é seu. Assim como seus rins, seu pâncreas, seus olhos... Você pode até emprestá-lo, mas saiba que nem todo mundo tem o bom hábito de devolvê-lo inteiro. Isso quando ainda devolve.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A-mar

- O que é amar?
- É a mulher do mar. O lado feminino das águas. Do percurso. São as ondas calmas e até as agitadas. O leva e trás. A calmaria de uma noite fria. A escaldante tarde de um dia de verão. É a mulher que está sempre presente. No mesmo lugar. Nem sempre nos mesmos ritmos, depende do vento, do momento. É onde se pode deixar o corpo flutuar. Mas também pode afogar. Depende de que mar você quer saber, de qual você quer se aprofundar. Nem todos são iguais. Uns são mais calmos, serenos. Outros são mais agitados, perturbados.

domingo, 25 de agosto de 2013

Estranha


Ela era tão infantil, mas achava-se madura o suficiente para viver sem se magoar. Ela não sorria alto, porque achava escandaloso demais. Ela não falava palavrões, porque não condizia com a forma correta de uma mulher se portar. Ela não ficava dando bola pros garotos, porque os achava tão imaturos. E quando ela gostava de alguém, não sabia como se comportar. Se ficasse calada, era falta de interesse. Se falasse, era oferecida. Então simplesmente ficava na sua, esperando que o outro tomasse uma atitude. Já esse outro, a considerava metida demais, que não queria se misturar por que se considerava superior. O que ele não sabia é que se misturar era o que ela mais queria. E só não conseguia por que não se achava igual aos outros e a ele, e isso não porque se considerava superior, e sim insegura. Insegura com o que vestia, com o que falava, com seus gostos antigos.
Ela continuou insegura e sozinha. Ele acreditando que ela era estranha. Ela passou a se considerar estranha. E com o tempo foi se tornando cada vez mais estranha. Cada vez mais muda. E ele continuou com sua vida, com sua liberdade. E ela ainda era estranha. Mudou o cabelo, tirou os óculos e aparelho, mudou a postura... Fez de tudo, mas continuou estranha. Sua estranhez não era como se pode imaginar, não era de fora pra dentro. Era de dentro pra fora. O seu ser era estranho e não importava o que ela fizesse para alterar, nem maquiagem resolvia. Todos concordavam com uma coisa: Ela era estranha.
Até que ela cansou de mudar. Deixou as maquiagens de lado. Largou mão de tentar ser igual aos outros. E se assumiu a alto e bom som que era estranha. Hoje ela continua estranha, o que não é de se espantar. Mas hoje ela se ouve mais, se conhece mais. Sabe que ser estranho não é ser amargo, é agridoce. E agridoce era o seu gosto. Ela não era doce como as demais, nem azeda como as restantes. Ela era agridoce. E isso a fazia se sentir melhor. Mais completa em sua ambiguidade. E os outros continuaram achando-a estranha. Mas já não era uma ofensa, era uma particularidade.
- Ayllane fulco

Pedra, papel ou tesoura?


Prazer, deixe-me apresentar quem sou, ou melhor, quantas sou. E aí você escolhe qual lhe agrada mais. Sou plural, diversas, preenchida por mais diversos sentimentos imaginais, e até mesmo os inimagináveis. Mas não confunda minha várias formas de ser com máscaras. Não! Eu sou real e todas as minhas formas também! Eu sei que é difícil acreditar que uma pessoa possa ser tão diferente em vários aspectos e momentos, e ainda assim ser uma só. Mas não é tanto uma questão de acreditar ou de imaginar, é uma questão de ser. Então fique à vontade para escolher qual de mim você quer se aprofundar. Também sinta-se à vontade para escolher e se identificar com alguns dos meus textos. Eles se contradizem, eu sei, mas é que tudo depende do estado emocional, de como eu estava pensando naquele exato momento de êxtase.
Primeiramente te faço uma pergunta "Pedra, papel ou tesoura?". Conforme sua resposta direi exatamente, ou quase, como sou. Supondo que tenha escolhido pedra... Pois bem, a própria palavra é clara. Eu tenho um dos meus "eus" rígido como pedra. Mas não se engane, eu sinto. Só estou muito cansado, fadigado com os seus sentimentos e pela cobrança imposta por eles, para que eu reaja de forma involuntária e inconsciente, como "Tudo bom?", "Tudo sim, e você?". Esse meu lado mais frio, não desejo que conheça, uma vez assim, dificilmente conseguirei sair desse meu eu em sua companhia. Mas não se assuste, conhecer esse meu lado requer bastante esforço e dedicação para me cansar ao extremo.
E agora, invertendo a ordem, vou supor que a resposta foi "tesoura". Assim como posso ser pedra, não é tão difícil para mim cortar o que não me agrada. Como as pessoas, as conversas, as risadas barulhentas, a ironia e o tédio. Gosto de pensar que sofro mutações, e comparando a palavra tesoura, com seu própria função, não é tão difícil de estabelecer uma ligação. Cortar os pensamentos não me são difíceis. Simplesmente me concentro em algo novo. E corto pra outra. Mudo. Renovo-me quantas vezes eu quiser e achar necessário. Até que não me reconheça mais. Corto meus vínculos, meu cabelo, meus pensamentos e da minha vida qualquer um que me desagrade. Ou seja, não tenha certeza sobre mim, eu posso amar, mas em pouco tempo posso ser indiferente.
Mas também posso ser papel. Posso ser frágil. Eu choro poucas vezes, mas as poucas vezes é intenso, é profundo. É lágrima que transborda feito água mais vapor numa panela fechada a tal pressão. Posso ser escrita, como uma rima, um verso, uma melodia. Mas também posso ser folha em branco. Incapaz de ser lida. Confesso que esse é meu lado mais discreto, que não permito conhecê-lo com tanta facilidade, para que não se apoderem de minha fragilidade e me rasquem ou amassem feito um rascunho qualquer.
Admito que me conhecer de verdade é impossível. Eu ainda estou tentando. Mas se tivesse que me comparar a um ser ou um objeto, diria que sou chuva. Palavra simples, mas de muitas consequências. Posso ser essencial, trazer alento. Ou posso destruir em pouco tempo. Posso mudar a estação conforme a minha intensidade, e só cabe a você se proteger dela com um guarda-chuva, ou se atirar enquanto tiver chovendo.

É fácil, não?


A vida é provisória, correto?! Então tudo é provisório, assim como as pessoas são. A partir do momento que você entender isso boa parte dos motivos que o levam a sofrer vão cessar. É simples. Mas não significa que é prático. Requer muitos esforços para acreditar e acima de tudo para colocar esse plano em prática, pra valer.
Ao invés disso nos adaptamos tão facilmente à alguém. E acreditamos que esse alguém nos tocou de alguma forma, fez algum sentido naquele momento. E depois, por fim, descobrimos que estávamos errados. Que foi apenas uma  criação, sensação momentânea, uma certa importância em nossa tão fértil mente.
Seria tão bom se pudéssemos adequar nosso sistema emocional. Ligar ou desligar alguém. Essencial ou indiferente. Provisório, sem compromisso. Nos adaptar a um ficar sem compromisso, sem se preocupar ou ter a mínima sensibilidade de saber se o outro está bem. Se dormiu bem. Se chegou em casa sã e salvo. Se gostou ou não. Simplesmente curtem as pessoas como se curte um dia de verão. É aquele velho clichê "deixa a vida te levar". Difícil se entregar assim à vida, não? Não?! É verdade, hoje é fácil. É fácil fingir que esqueceram o coração em casa. É fácil ser frio como um gelo no outro dia. E mais fácil ainda é se aproximar desse alguém nos momentos de carência, de beijos.
Difícil mesmo é pra mim e pros outros que pensam e sentem igual. Difícil se adaptar a liberdade por completo. Mas sim, é preciso. Ou melhor, é fundamental, é uma questão de sobrevivência. Fingimos ser frio, deixamos em casa o coração, escancaramos um sorriso malicioso no rosto e compactuamos com a tal falta de compromisso um com o outro. E assim levamos a vida mais facilmente. Aprendemos a sofrer menos. A simplesmente apertar o botão do "Foda-se" pro outro.
Incrível como somos adaptáveis, não?! Relaxa, um dia você aprende, é fácil, só requer um pouco de prática.

Decidi viver conforme o meu ritmo, o meu pulsar


Eu era uma pessoa que media consequências, andava na linha, politicamente correta. Fala apenas coisas que tinham sentido, com nexo e coesão. Criticava a modernidade. Não falava palavrões. Não ficava em recuperação. Não me declarava.Vivia em dois mundo paralelos, ora a poetisa, ora sem sentimentos. Tudo isso como uma forma de não me machucar. Ficar dentro de um casulo intocável.Incapaz de ser transparente. De ser vista. De ser lida. De ser livre. De expor o que eu verdadeiramente sentia, sem dar tanto valor para as opiniões alheias.
Mas o tempo me fez perceber que eu estava errada. Que pra acertar é preciso errar antes, e se não agora, seria lá pra frente, e depois seria mais difícil de se recuperar. Tive que abrir mão da minha total sanidade e comodismo. Tive que me permitir ouvir ideias opostas, de falar o que eu penso, naquele exato momento. De dar risadas bobas. De me arriscar no desconhecido. Resumindo: Tive que me permitir aos possíveis erros, sem sentir culpa ou remorso por isso.
Depois de tanto tempo vivendo de forma fria e calculista, chega um momento em que se torna chato demais. E aí a necessidade de se atirar por completo no irreal bate a porta, ou melhor, escancara a porta, não te deixando pensar duas vezes antes de se atirar por ela, correndo e de braços aberto.
Podem dizer que estou sendo radical demais. Mas e daí?! Dane-se! O que eu quero mesmo é errar o quanto eu ainda puder errar. Falar o que eu penso, enquanto me convém. Não medir consequências algumas. Pois eu decidi viver conforme o meu ritmo, o meu pulsar.
- Ayllane Fulco

Pensamentos...

Estou pensando em desistir de escrever. Sim, desistir. Comecei a perceber
que as palavras se vão, como folhas ao vento. E não quero deixar-me ir nas
folhas. Eu quero deixar-me ir no que é real, palpável, visível.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Hoje eu só queria...

Hoje eu só queria dormir bem,
acreditar que a vida pode ser mais tranquila,
mais simples do que as pessoas imaginam.
Hoje só quero deixar de pensar.
Falar um pouco mais alto.
Hoje eu só queria que as pessoas fossem mais transparentes,
que as palavras fossem mais verdadeiras,
e assim a vida teria mais sentido, ou melhor,
seus dias ao menos fariam sentido.
Não seriam apenas cenas sem nexo.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Queria que soubesse

Queria preencher sua vida com palavras doces, como "não chore, não sofra..." e por aí vai... Mas devo lamentar que minha boca está amarga demais. Meu romantismo pulou do sexto andar. Meu sentimentalismo bateu a porta em minha cara. E até meu cachorro me abandonou. Queria que você soubesse que estou vi... Bem, não, não quero que saiba que estou viva. Simplesmente quero ser uma sombra, um vulto qualquer em sua mente. Preciso dizer pra mim mesma, você fez o bastante, você tentou ao máximo, não é sua culpa querida. Mas não consigo me ouvir tão facilmente. Parece até que minha mente ligou a rádio no volume máximo, não consigo nem ouvir minha própria voz... Espere! Eu ainda não terminei! Não, você não irá escapar tão facilmente, a chave está comigo, eu a escondi. Então permaneça aqui e me ouça,mesmo sem a sua vontade, não me importo! Só quero um ouvido, ou melhor... Dois, pois nem as paredes querem me ouvir!

Crise existencial


Se formos pensar bem, bem mesmo, sobre nossa vida, todo o percurso, como uma cronologia, perceberemos que não passa de alguns minutos, com detalhes duvidosos em nossa mente. Então parei um pouco, respirei fundo, tomei uma xícara de café quente e fui me aprofundando na velha crise existencial. Percebi que a vida está passando debaixo de nossos olhos, de nossos travesseiros, de nossas despedidas... Ao nosso redor. E feito bobos, permanecemos intactos ao tempo e circunstâncias, batemos no peito e pensamos "sou forte, permaneço o mesmo", como se isso fosse um mérito. Não digo que seus valores devam ser alterados, se os mesmos forem dignos, mas permanecer parado enquanto a vida corre é lamentável. Simplesmente lamentável. Ou ficamos sentados numa cadeira acolchoada, mentindo para nós mesmo que somos felizes ou que felicidade é apenas uma teoria. Ou corremos atrás da mesma, mesmo que não a encontremos por inteiro, mas só de farejar, transpirar, respirar, sentir a chuva, correr numa ventania, ir em caminhos contrários, nos deixar ir por onde achamos perigoso é preciso, isso significa que estamos vivendo, e não só existindo. E as ideias borbulham em minha mente neste exato momento, como um redemoinho de vontades, desejos e metas. E até mesmo pelo desconhecido, o mistério, o invisível, a falta de planos quaisquer. Mas quando percebo meu rosto cansado, fadigado. Levanto da cadeira , vou ao banheiro lavar o rosto, esperançoso que a água seja uma solução. Enquanto a água desliza por meus dedos, percebo que estou cansado demais, velho demais, que meu rosto já não é o mesmo. Enxugo-o com uma toalha limpa, volto a sentar na velha cadeira, bebo mais um gole de café, esse já frio, me dando conta que na realidade as palavras são bonitas demais, nos contagia e anima, como a fé nos desesperados. Mas depois se esvaem, cabisbaixas, de mansinho, se retiram de nossa mente. E depois só resta um vazio, que preenche cada espaço de nosso corpo, nos impedindo de levantar da cadeira. E ficamos ali. Taciturnos, vendo pela janela a chuva cair...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Feministas X Sociedade medieval



Por que diacho as pessoas continuam com aquele pensamento medieval de que as feministas são mal amadas?! E pior ainda, afirmam com todas as sílabas que uma mulher feminista será sempre solteira e então nunca será feliz, sentir-se-á sempre sozinha. Aí eu pergunto pra você que está casado “E aí, agora você é feliz?”. Pergunta difícil, não?! Poucos, exceções, dirão “sim” e destes, a maioria estará mentindo. Julgando que estar sozinha é sinônimo de infelicidade, supõe que união (casal) significa felicidade, e na prática todos nós sabemos que isso não é bem verdade!
E você que respondeu “Não, não estou feliz na verdade...” pode querer afirmar depois “Ah, mas ficar sozinho é pior!”. Certo, mas esse já seria outro assunto, que por sinal é bem contraditório Então vamos parar de falar abobrinhas e de encher o pulmão para dizer aquela frase de vovó “Ruim com ele, pior sem ele”. Essa frase me enoja. E se você algum dia falou para si mesmo isso, eu tenho pena de você, por que, sinceramente você é uma mulher/homem altamente sem amor próprio e sem um mínimo de espírito independente... Então eu paro, penso e te pergunto “Senhor sujeito que não tem amor próprio, que é infeliz, mas que mesmo assim vive em uma união conjugal, com qual direito tem de afirmar que as feministas serão infelizes em suas vidas?”. Ok, muitas poderão ser infelizes, assim como muitas mulheres machistas ou neutras também serão! Independentes de serem solteiras, casadas, separadas ou viúvas! E ser feminista não significa não acreditar no amor ou serem eternamente solteiras, apenas são mulheres, muitas vezes, mais exigentes que não suportam a mente medieval e machista que controla a sociedade e a cabeça de muitos homens e até de mulheres mesmo. E que amor para elas, feministas, tem um significado diferente do que as outras acham, não significa um mundo idealizado, cheios de flores e eternamente colorido,. E sim uma palavra e sentimento mais real, mais pé no chão. Ou seja, não se iludem tão facilmente, e por isso,  injustamente acabam sendo consideradas mal amadas pela sociedade. Quando na verdade, é a própria sociedade que não sabe amar e acaba passando aquele velho pó compacto na face do casal, escancara os dentes e finge ser uma "família feliz".

O que costuma fazer para se alegrar?



    Ontem ouvi essa pergunta: “O que costuma fazer para se alegrar?”. Pensei um pouco, e nada veio à mente... Daí eu deduzi o seguinte: “Eu não procuro algo pra me deixar alegre, olhando pelo ponto de vista e comparando a palavra alegria com felicidade, então acredito ser uma questão de espírito, você não precisa estar fazendo algo ou estar com alguém pra poder ficar feliz (/ alegre). Ou você é feliz ou não é. Não é muito uma questão de estar, é de ser. Eu posso dizer que fico feliz quando saio com meus amigos, mas eu também fico feliz quando estou só, quando leio um livro, assisto um filme, converso com minha irmã, ou até quando não faço exatamente nada. Entende o que quero dizer?
       Assim como, tristeza também é bem vinda, tem um lado bonito nela. E mesmo quando fico triste, não faz de mim uma pessoa infeliz.
       E para simplificar minha forma de pensar, vale a pena ler uma frase de Drummond “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

9 situações em que um idiota me tira do sério



1- Querer chamar atenção da forma mais escrota, só pra dizer um “oi”. Pois bem, vou contar uma situação que passei um dia: um carinha idiota pegou uma cartolina, e me acertou em cheio a cabeça, fazendo um som estrondoso e todos por perto olharam pra mim, quando me viro para saber quem foi o idiota que fez isso e o mais importante “PORQUE FEZ ISSO?!”  o cara simplesmente olha pra mim e fala “Oi, nem fala mais comigo, né?!”, aaaaah que ódio eu senti neste momento, mas eu já estava tão sem graça pelas pessoas olhando, que só disse “Oi!” bem frio e ríspido, e virei, continuei conversando com um amigo que estava ao meu lado. Porra! Que cara mais sem noção! Quer que eu fale, caralho! é só falar “Oi!” que eu responderei “Oi!”, sem precisar meter uma merda de uma cartolina em minha cabeça! ¬¬

2- Uma outra situação, e se torna até uma dica para quem não sabe contar piadas, pois bem, nunca, NUNCA MESMO, em momento algum conte uma piada se você não tem graça! Simples! Porque, sinceramente, não tem coisa pior do que fazer as pessoas ao seu redor passar por uma vergonha alheia. Quando tem um grupinho conversando, aí chega o idiota e corta um assunto e fala sua pérola! A piada pode até ser engraçada, mas um idiota contando, fudeu. Não vai ter graça, e não insista. E aí, todos olham um pro outro, e dão aquele risinho pra que ele não fique sem graça, isso quando o pessoal tem compaixão, mas sempre tem aquele mala que fala mesmo e solta uma ironia “hahaha, porra como você é engraçado!”.  Bem, então é melhor ficar calado e pensar duas vezes antes de contar uma piada.

3- Ou quando ele insiste em algo que não tem graça. Como um apelido, um trocadilho. Quando é engraçado beleza, vale a piada, mas quando não tem graça, ou pior, quando a graça já passou e morreu, todo mundo já riu... Não repita! E pior ainda, não tente explicar um trocadilho, se não essa merda vai ter morte dupla!

4- Uma situação que me tira do sério é quando um fdp chega e mexe no meu cabelo! AHHH QUE ÓDIO! O problema não é nem mexer, é quando embaraça todo o cabelo, fazendo você parecer um guaxinim. E isso não tem graça! E ele escancara os dentes, e mete a mão novamente, bagunçando outra vez, e principalmente naquele dia em que você se arrumou todinha pra ir a uma festa! Se, por ventura,  ele achar que uma garota vai se interessar, fazendo esses tipos de “gracinha” e vai pensar “nossa, como esse garoto é legal e tem senso de humor. Acho que vou dar uma chance...” está MUITO enganado!

5- Essa é lamentável. Não tem perdão. Quando o babaca começa a falar sobre si mesmo e se orgulha em dizer que não faz nada sobre a vida e nem pensa sobre. Gosta mesmo é de jogar videogame, ir pra baladas, só curtição. É nessas horas em que eu me pergunto, será que este merda um dia arrumará namorada com essa mentalidade infantil? E o pior é que isso acontece! Tem mulheres babacas também, e muitas, o que é triste. Por que, sinceramente, namorar um cara que parece seu irmão mais novo é triste demais!

6- Quem nunca passou por isso?! O cara fala com você te cutucando! Você continua olhando pra ele, já saindo faísca dos olhos e ele fica insistindo “ei... ei... ei... ” AAAAAH PORRA! Fala logo! Eu estou te ouvindo!

7- Não sei se já perceberam, mas todo idiota é indiscreto! Pois bem, você conversando no seu grupinho e aí acaba fazendo uma fofoca sobre alguém, só que em símbolos, pra que essa pessoa não note. E aí chega o idiota, e fala, é o quê? Quem é que ... (e conta a fofoca), daí a pessoa te olha com um olhar torto e você simplesmente se torna a fofoqueira da vez devido a um babaca indiscreto e sem noção!

8- Um dos piores tipos de idiotas é aquele que se considera o máximo! Conta histórias fantasiosas, que ficou com tal menina, que passou em tantos vestibulares, que dispensou outras tais garotas, que nasceu em tal estado ( como se isso fosse um mérito, enfim)... Você precisa saber que não, você não é legal, você é um burguesinho, metido, esnobe, egocêntrico, filhinho de papai, que nunca vai amadurecer e virar Homem! Babaca!


9- E pra acabar, fica uma frase pra reflexão e que diz tudo “Quanto mais você malha os músculos, mais atrofia o cérebro”. Ok, admito que existam exceções, mas são poucas.