segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Por Que Diacho Faz Isso Comigo?


      Às vezes dá vontade de roubar-lhe o tempo. Esse que é tão corrido, me deixando tão só. Às vezes dá vontade de roubar-lhe os olhos, esses que são tão calmos e mansos. Às vezes dá vontade de roubar-lhe aos poucos, para que não percebas minha ousadia. Mas às vezes quero roubar-lhe por inteiro, sem espera, sem controvérsias e desculpas. É vontade insaciável de presença. É um descontentamento intenso. É querer, sem antes pedir.
     Que mal há no te querer? Por que não posso simplesmente ser dona de seus segundos, estes pequenos e ternos segundos? Não faço questão dos dias, nem tão pouco de teu tempo por inteiro, pequenos segundos me são satisfatórios, se puder tê-los comigo, nem que seja em pequenas recordações, em flashes de saudades.
     Não percebes que te espero? Sou como deserto em busca de chuva, minha esperança é meu consolo, a forma que tenho de me conformar com tua ausência, com poucas palavras, raros pensamentos. Mas quando tu surges em meio ao vazio, tento me conter de felicidade, para que tu não a note. Desfaço-me em mil faces, essas que são indiferentes pra ti.
    O teu silêncio me surge em desespero, chegando a imaginar os motivos pelos quais permanece assim, tão frio... E quando menos anseio, em minha surpresa, tu renasces, provocando-me confusão, transformando as cores frias em quente... Ora! Por que diacho tu faz isso comigo? Por que não podes simplesmente aparecer e permanecer? Insiste nessa pressa de oscilar meu coração, tu não tens remorso do que faz comigo?!

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