Às vezes dá vontade de roubar-lhe o tempo. Esse que é tão
corrido, me deixando tão só. Às vezes dá vontade de roubar-lhe os olhos, esses
que são tão calmos e mansos. Às vezes dá vontade de roubar-lhe aos poucos, para
que não percebas minha ousadia. Mas às vezes quero roubar-lhe por inteiro, sem
espera, sem controvérsias e desculpas. É vontade insaciável de presença. É um
descontentamento intenso. É querer, sem antes pedir.
Que mal há no te querer? Por que não posso simplesmente
ser dona de seus segundos, estes pequenos e ternos segundos? Não faço questão
dos dias, nem tão pouco de teu tempo por inteiro, pequenos segundos me são
satisfatórios, se puder tê-los comigo, nem que seja em pequenas
recordações, em flashes de saudades.
Não percebes que te espero? Sou como deserto em busca de
chuva, minha esperança é meu consolo, a forma que tenho de me conformar com tua
ausência, com poucas palavras, raros pensamentos. Mas quando tu surges em meio
ao vazio, tento me conter de felicidade, para que tu não a note. Desfaço-me em
mil faces, essas que são indiferentes pra ti.
O teu silêncio me surge em desespero, chegando a imaginar
os motivos pelos quais permanece assim, tão frio... E quando menos anseio, em
minha surpresa, tu renasces, provocando-me confusão, transformando as cores
frias em quente... Ora! Por que diacho tu faz isso comigo? Por que não podes
simplesmente aparecer e permanecer? Insiste nessa pressa de oscilar meu
coração, tu não tens remorso do que faz comigo?!
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