Eu a vi de longe. Bem distante. Por entre outras pessoas que caminhavam apressadamente. Ela era um ponto em meio aos quadrados. Era cinza em meio ao arco-íris. De longe era ainda menor. Frágil, era o que as pessoas pensavam espontaneamente. Ponto. Franzina. Pequena. Pálida. Menina.
Eu a vi andando ao meu encontro, o ponto criava um pouco de forma e feição. O branco virara branco-gelo. Mas continuava menor que os demais, mais branca que os demais. Franzina, pálida, menina.
Eu a vi parada. Face a face. Deixava de ser abstrata, de ser ponto. Daqui, frente-a-frente, parecia menor. Bochechas coradas. E mesmo com o rosto menina, seu olhar carregava histórias, memórias de quem viveu. De face-a-face era ainda mais diferente, singular entre todas as formas existentes.
Eu a vi indo embora, passou por mim depressa, não se despediu. Continuou no mesmo ritmo, mesmos passos desajeitados, tentando manter o equilíbrio. E voltava a virar cada vez mais um ponto, entre os quadrados. Mais branca, franzina, pálida, menina.
E lá ela se foi, caminhando por entre as formas geométricas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário