Ela estava embalada sob o colo da mãe. Protegida de qualquer dano externo. Intacta num mundo de caos. Ali, fragilmente acolhida no leito materno, tudo era calmo e distante, nada era ameaçador.
A mãe, que embalava a criança, poderia ser qualquer uma. Poderia ser você. Ou poderia ser aquela ali, que nem casa tem. Poderia também ser o pai. Ou um irmão. Até mesmo um animal.
Seja quem for. Sob seu colo tinha um ser. Tão sereno, dormindo, distante de qualquer dano, medo e ameaça. De olhos fechados, nada o amedrontava. O mundo não passava dos braços de seu acolhedor.
E o acolhedor, sendo qualquer um, o protegia. Mesmo entre danos, fagulhas e feridas. Ou entre alegrias, amor e dinheiro. Nada importava naquele momento. Apenas seus braços. Apenas o embalar de seus braços. E o que há de importante nisso? Ninguém nunca parou para pensar. E a criança apenas permanecia acalentada em seu colo, de olhos fechados, intacta e serena.
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