O fim, palavra que soava tão distante e disforme, quase
fictícia entre nós. Hoje parece palpável, próxima, como uma roupa que me cabe
bem. Como em pouco tempo o eterno se desfaz em “até quando?”. O tempo variando
de infinito a ínfimo. As palmas que se entrelaçavam se desfrouxam, apoiam uma à
outra como se fosse um peso morto. O que era pra ser uma explosão de cólera se
desmancha em nada. Vazio que lateja cá dentro, sem um pingo de água que reste
para lacrimejar. Vazio, seco, breu. Isto que cá ficou, já me era esperado. Como
a carta de um conhecido que diz “até breve”. Sabia eu do buraco que havia em
mim que deixava escorrer de pingo em pingo. Hoje sou a própria cratera. Sou o
medo que sentia do futuro “fim”. A bomba relógio que estourou – “bruuum!”.
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