sexta-feira, 14 de julho de 2017
Translúcida
Translúcida, prestes a desaparecer. Vendo sem enxergar, quase um vulto. Perdendo o contato com o outro lado da linha. Ainda consegue me enxergar? Uma vez já conseguiu? Agora sou um quase nada. E agora já fui alguma coisa pra você. Status: transparente.
Permanecer
Meu querido. Ou melhor, querido.
Sem nenhum pronome possessivo.
Livre como deve ser.
Sem nenhuma pressa e sem certezas.
Seguindo o próprio ritmo do amor.
Sem pretensões, sem planos.
Apenas com a sensação plena de querer ficar.
Querido, sujeito maduro de barba e sabedoria.
Como pode meu Senhor existir coisa assim neste mundo?
Nem em meus melhores sonhos, quase utópicos, acreditei existir um ser igual.
Hoje, nesta realidade em que me encontro, meu único desejo é:
Permanecer.
Sem nenhum pronome possessivo.
Livre como deve ser.
Sem nenhuma pressa e sem certezas.
Seguindo o próprio ritmo do amor.
Sem pretensões, sem planos.
Apenas com a sensação plena de querer ficar.
Querido, sujeito maduro de barba e sabedoria.
Como pode meu Senhor existir coisa assim neste mundo?
Nem em meus melhores sonhos, quase utópicos, acreditei existir um ser igual.
Hoje, nesta realidade em que me encontro, meu único desejo é:
Permanecer.
Copo de vidro
Fragilidade. Feito um copo de vidro arranhado. Prestes a ferir e a quebrar. Com medo de derramar-se em fagulhas, precisa ferir, ameaçar, manter distância. Tudo como meio de manter-se estável, arranhado, mas em pé. O sangue que escorre da boca daquele que se sacia, mancha o corpo daquele que está prestes a quebrar. Penetra no arranhão já escancarado a olho nu, ande, dói. E o copo tenta medir qual a dor que dói mais: a de sentir o arranhão absorver o sangue amargo ou a de quebrar-se ao meio.
terça-feira, 11 de julho de 2017
Até quando?
O fim, palavra que soava tão distante e disforme, quase
fictícia entre nós. Hoje parece palpável, próxima, como uma roupa que me cabe
bem. Como em pouco tempo o eterno se desfaz em “até quando?”. O tempo variando
de infinito a ínfimo. As palmas que se entrelaçavam se desfrouxam, apoiam uma à
outra como se fosse um peso morto. O que era pra ser uma explosão de cólera se
desmancha em nada. Vazio que lateja cá dentro, sem um pingo de água que reste
para lacrimejar. Vazio, seco, breu. Isto que cá ficou, já me era esperado. Como
a carta de um conhecido que diz “até breve”. Sabia eu do buraco que havia em
mim que deixava escorrer de pingo em pingo. Hoje sou a própria cratera. Sou o
medo que sentia do futuro “fim”. A bomba relógio que estourou – “bruuum!”.
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