Não, não preciso de você. Não
preciso dos seus olhos castanho-claros. Nem do seu sorriso bobo. Nem muito
menos da sua fala arrastada, e nem do seu sotaque engraçado. E sabe de uma
coisa? Eu detesto o tempo que te espero. Detesto sua falta de atenção. Seus
dias ocupados. Os minutos que se passam até ler sua resposta curta. E mais
ainda, detesto sua indecisão. O medo que sente de mim, de chegar e falar o que
se quer e espera. Dizem que isso é de Gêmeos, mas não me importa mais o seu
signo e nem o que os astros dizem de você! Eu agora é que quero falar e expor
por mais uma vez o que eu odeio em você. Odeio a forma que me deixa vulnerável,
quando eu prometi a mim mesma que jamais seria assim, uma “mulherzinha
apaixonada”. Odeio sentir que falta um pedaço meu por aí, e ter a convicção de
que sou incompleta. Odeio todas as vezes em que supões que sou frágil demais,
intensa demais, sentimental demais. Ah, e também odeio seus erros de português!
Isso deixa meus nervos à flor da pele. E sem falar do seu sono incontrolável,
tendo que se despedir de mim tão rapidamente. Das suas faltas de explicações,
de ter que ouvir um “desculpa” mais chulo. Odeio quando depois que reclamo de
tudo isso, sei exatamente o que passa em sua cabeça “as mulheres são sentimentais
demais” ou pior “ela deve estar na TPM”. Por que é que você, como todos os
homens, ignoram tudo o que dizemos, principalmente a parte do “a culpa é sua”,
e feito chá de sumiço cerebral, nós é que passamos a ser as chatas, sensíveis,
descontroladas por “razão nenhuma”?! Ora, ora... E por fim, sabe o que é pior
de tudo isso?! Ter que admitir a mim mesma que me importo com você. Até mais do
que eu queria.
- Ayllane Fulco
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