Ela estava ali, frente a frente com ele. Ambos mal se
conheciam. Poderia até dizer que eram apenas corpos vazios naquele momento. Ele
estava ali disposto a ganhar mais um troféu para a sua coleção, mais uma
escultura de fundo vazio. Ela só queria ser amada, será que era tão difícil
assim de entender? Mas ele só poderia lhe oferecer o momentâneo. A grande
questão é: será que ele não via uma pessoa em sua frente? Será que ele não sabia
que ela tinha um coração que pulsava? Será que ele tinha noção dos planos
arquitetados perfeitamente naquela criatura que parecia tão frágil? E de um
terço dos seus talentos? De como ela era incrível?
Talvez a ambição de conseguir o prêmio fosse tão estúpida ao
ponto de esquecer que o troféu tinha vida própria. E nessa corrida, ele deixou
de conhecer a grande mulher que estava em sua frente, aquela que poderia dar um
sentido a toda a sua existência. Mas ele preferiu deixar todas essas suposições de
lado, e com muito orgulho, ergueu o troféu de maior babaca de todos os tempos.
Esse foi o final da história.
- Ayllane Fulco
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