De nada adianta encher a boca e cuspir
meias-verdades, as meias-mentiras irão sobressair em sua fala. Também de nada
adianta humildemente pedir perdão a
alguns, pois quando o coração aperta de culpa, deve-se ter uma redenção por
inteiro, e não por partes, fracionado. E mais importante ainda, assim como a
mentira, a verdade deve ser dita de sua boca, em alto e bom som, e não contida
em meras palavras jogadas aos ventos, sem direção especifica. A vergonha nada
mais é do que a consequência do descobrir da mentira, da traição. O coração do
mentiroso é, talvez, cheio de culpa, mas o do traído é cheio de mágoa. Talvez
mais difícil do que pedir perdão, é perdoar. Sim, mas perdoar de verdade, por
que nem sempre dizer “te perdoou”, é real, sem mágoas. Nobre não é gaguejar o
perdão, e sim reconhecer a culpa, desmentir suas histórias e confessar a verdade para aqueles que acreditaram na
mentira. Se for pra pedir perdão, que seja por inteiro! Por que vergonha
maior do que confessar a verdade, é deixá-la oculta, esse sim é um ato
vergonhoso.
E agora suas mentiras sobressaltaram os olhos
Tão carregada de culpa
Seu júbilo de ganância e poder
Tornaram-se vergonha
Sujaram sua face, seu nome e sua casa.
Do batom vermelho na boca
Saltaram meias-verdades
Outrora meias-mentiras
Que foi corroendo
A tua feição em minha mente.
Os olhos de pingo de chuva horizontais
Desfez-se em tempestade
Carregados de fúria e fel
Das faces incrédulas só restaram
Nada mais do que decepção.
E lá se fora uma boa pessoa
Restando agora, apenas um corpo vazio
Rodeado de outros corpos vazios
Com olhares vazios
E verdades vazias.
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