Os monstros que acreditei que existiam não passaram de
fantasmas que criei, com a única intenção de realmente acreditar, a fim de me
afastar de todo o passado tão agridoce na língua. E aí a bola de neve só foi
crescendo e crescendo, depois quando me dei conta, ela estava ali, tão imensa
que servia de barreira entre o mundo real e o mundo imaginário. Até que um dia
a “mentira” estava diante de meus olhos, em carne viva, coração pulsando e
livre. Sim, livre. Essa foi a palavra que me veio a mente quando lembrei,
talvez a melhor que pudesse existir. Livre, por que a mentira que tanto
acreditei existir, ou melhor, tentei acreditar, não era real. Não passava de
liberdade. Por que o que me sufocava não era outra pessoa, e sim eu mesma. Daí eu
percebi que aquela bolinha de neve, tão pequena, tinha crescido tanto, ao ponto
de impedir minha visão... E hoje, a única
coisa que me resta é liberdade. Libertar-me dos monstros imagináveis e começar
a viver o mundo real, limpo.
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