quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Perdão?!

       De nada adianta encher a boca e cuspir meias-verdades, as meias-mentiras irão sobressair em sua fala. Também de nada adianta humildemente pedir perdão a alguns, pois quando o coração aperta de culpa, deve-se ter uma redenção por inteiro, e não por partes, fracionado. E mais importante ainda, assim como a mentira, a verdade deve ser dita de sua boca, em alto e bom som, e não contida em meras palavras jogadas aos ventos, sem direção especifica. A vergonha nada mais é do que a consequência do descobrir da mentira, da traição. O coração do mentiroso é, talvez, cheio de culpa, mas o do traído é cheio de mágoa. Talvez mais difícil do que pedir perdão, é perdoar. Sim, mas perdoar de verdade, por que nem sempre dizer “te perdoou”, é real, sem mágoas. Nobre não é gaguejar o perdão, e sim reconhecer a culpa, desmentir suas histórias e confessar a verdade para aqueles que acreditaram na mentira. Se for pra pedir perdão, que seja por inteiro! Por que vergonha maior do que confessar a verdade, é deixá-la oculta, esse sim é um ato vergonhoso.

E agora suas mentiras sobressaltaram os olhos
Tão carregada de culpa
Seu júbilo de ganância e poder
Tornaram-se vergonha
Sujaram sua face, seu nome e sua casa.

Do batom vermelho na boca
Saltaram meias-verdades
Outrora meias-mentiras
Que foi corroendo
A tua feição em minha mente.

Os olhos de pingo de chuva horizontais
Desfez-se em tempestade
Carregados de fúria e fel
Das faces incrédulas só restaram
Nada mais do que decepção.

E lá se fora uma boa pessoa
Restando agora, apenas um corpo vazio
Rodeado de outros corpos vazios
Com olhares vazios
E verdades vazias.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Ei, psiiiu! É com você mesma!


     Toda mulher deveria saber que existe uma outra dentro de si, talvez um pouco mais brincalhona, um pouco mais charmosa, mais jovem, sexy e confiante, que requer só um pouco mais de brilho, postura, poses e flashes para que ela apareça com todo o poder de mulher fatal. É incrível perceber por detrás da câmera, uma mulher ir se soltando diante dos turbilhões de fotos que vão surgindo, no começo é tímida, mas com o fluir dos flashes aquela mulher se transforma, adquire confiança que nunca teve. Talvez esse seja o poder de fotografar. É o poder de fazer ressurgir uma mulher confiante, que estava trancafiada em timidez, baixa autoestima ou em dona de casa desleixada.
       Tenho que admitir que fotografar é uma arte, que consiste em estudar o melhor ângulo, avaliar os mínimos detalhes e ter criatividade e sensibilidade de sentir e perceber tudo ao redor. Mas o que mais me encanta é, como foi dito, a forma como as fotos ajudam uma pessoa em se aceitar da forma que é, de aprender a se amar e a se ver de outro modo, saber que é possível ser fatal e que isso não requer muitos esforços, ou seja, fotografia não é apenas fotografia, é uma forma de terapia, de revelar em uma imagem uma mulher linda, capaz de transformar seus conceitos de beleza, e por fim, a se autovalorizar, a ver em sua foto uma mulher poderosa, capaz de conquistar o mundo.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Conchinhas do Mar


      Os monstros que acreditei que existiam não passaram de fantasmas que criei, com a única intenção de realmente acreditar, a fim de me afastar de todo o passado tão agridoce na língua. E aí a bola de neve só foi crescendo e crescendo, depois quando me dei conta, ela estava ali, tão imensa que servia de barreira entre o mundo real e o mundo imaginário. Até que um dia a “mentira” estava diante de meus olhos, em carne viva, coração pulsando e livre. Sim, livre. Essa foi a palavra que me veio a mente quando lembrei, talvez a melhor que pudesse existir. Livre, por que a mentira que tanto acreditei existir, ou melhor, tentei acreditar, não era real. Não passava de liberdade. Por que o que me sufocava não era outra pessoa, e sim eu mesma. Daí eu percebi que aquela bolinha de neve, tão pequena, tinha crescido tanto, ao ponto de impedir minha visão...  E hoje, a única coisa que me resta é liberdade. Libertar-me dos monstros imagináveis e começar a viver o mundo real, limpo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Esse Cara NÃO Existe!


      Depois de um tempo, as imaginações e idealismos que aperfeiçoamos em nossa mente, com “finais felizes”, recheados com fantasias de conto de fadas, cavaleiros, princesas e dragões, se transformam em desilusão. Caímos do cavalo branco, metemos a cabeça em uma pedra e nos damos conta que o príncipe não é tão legal assim, que viver conforme um livro é chato, é controlador demais. Daí aquele homem esbelto, sensível e forte ao mesmo tempo, como nos contos de fada, não existe, não passa de uma história que os pais contam para as filhas, afim de que esperem ao máximo pelo rapaz que nunca vai existir. E então, aquela princesa acaba só, acompanhada de um casal de gatos siameses, relendo os clássicos da literatura, sentada numa cadeira acolchoada, esperando a velhice bater a porta.
     O típico homem perfeito não existe, e se você está à procura de um, restará apenas nos clássicos de amor, mas não se entristeça, se te serve de consolo, o homem perfeito não existe, mas o ideal sim. “Esse cara sou eu”, não se iluda, é apenas uma música, esse também não existe! E se existir, por favor, corra dele! Por que provavelmente é sensível demais, controlador demais, ciumento demais, e quiçá um maníaco... E esse com certeza não é perfeito, nem muito menos ideal, a não ser que você precise de um homem que não tenha vida própria e nem personalidade, viva pelas suas sombras, respire o mesmo ar, até te deixar sufocada!
    E para acabar o texto, vale ressaltar que amar não é viver a vida do outro, está o tempo todo querendo ver e pior ainda não saber ficar sem a outra pessoa, isso aí já é mais doença do que qualquer outro sentimento. Amar é primeiramente não precisar do outro para respirar, mas está com o outro por opção, e não por necessidade.

O cara que pensa em você toda hora
Que conta os segundos se você demora
Que está todo o tempo querendo te ver
Porque já não sabe ficar sem você

E no meio da noite te chama
Pra dizer que te ama
Esse cara SIMPLESMENTE NÃO EXISTE! ;)

(...)



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Alguma Princesa Está Viva?


       A vida está mais para Shakespeare, um Romeu sem Julieta, Julieta sem Romeu. Colocamos nossa coroa falsificada, caindo aos pedaços, enchemos o pulmão e berramos “Mais que droga! Tá difícil achar homem que preste!”. Enquanto isso, as mulheres cortam seus vestidos de gala, quanto mais curto “melhor”, trocam suas xícaras de chá com as amigas, pelos copos de cachaça nas noitadas, alteram sua postura centrada, por uma mulher moderna liberal, e deixam de recitar versos de amor para cantar músicas de desvalorização feminina. Não era de se espantar que Julieta e Romeu morressem, não?! As mulheres buscam príncipes, mas esquecem de serem princesas!

Meninas-Mulheres

         
        É mais uma mulher arrumada, de salto alto e bolsa de lado, mas que precisa apenas que uma pessoa olhe pra ela, principalmente um homem, para que aquela menininha que existe em seu interior, nerd,  com óculos fundo de garrafa, do tempo da sua infância a meados da puberdade, apareça mais uma vez em sua mente insegura, fazendo seu olhar ficar cabisbaixo, em fuga. Que desastre! Pobre garota sem jeito! É o que diriam... Ou talvez não, fosse apenas o que sua mente ditava, afim de auto-desprezo. É essa a garota que existe em você? Talvez não necessariamente nerd, com óculos fundo de garrafa, mas seja como for, continua sendo uma garotinha insegura, que vive em você, fazendo de suas roupas, maquiagens, livros, amigos, até mesmo tom de voz... Transformem-se em disfarces. No fundo é tudo vazio. É por isso que as mulheres se machucam tão facilmente, pois não se encontram decididas, decididas sobre qualquer coisa na vida, são confusas, inseguras, atropelam-se em palavras, ideias, argumentos e lágrimas. Por que mesmo você que dá uma de durona, fria, antissentimental, basta ficar uma noite de sábado assistindo a um filme de romance, em que a menina feinha e atrapalhada encontra finalmente com seu príncipe encantado, mesmo os filmes mais modernos, são todos iguais, que você fica toda derretida, a fim de sua vida virar um conto de fadas! Ora, e nem adianta contradizer essas palavras, no fundo somos todas iguais, assim como gritamos tantas vezes, a plenos pulmões, que os homens são todos iguais! Mulher, mulher, mulheres... Por que somos tão apegadas a idealizações? Queremos aquilo que não somos e/ou não temos, e nosso ser fica tão desprezado, que seus espíritos vêm de vez em quando nos atormentar, seja numa dieta, num corte de cabelo, numa cor de esmaltes... Ou seja, estamos sempre berrando com nós mesmas, afim de “autocontrole”, que não passam de disfarces, pois queremos transmitir uma imagem de mulher poderosa, como vendem nos livros de autoajuda. Mas veja só, temos que ser outra, para fisgar um homem! Até por que o mercado está difícil, uma vez que, há mais mulheres do que homens, e entre estes ainda há os que não curtem mulheres... Pois bem, depois de tanto blá-blá-blá é hora de acabar o texto e refazer a maquiagem. Boa noite meninas mulheres!

Banalidade

       E hoje era apenas mais um dia de verão, até que me ocorreu por uma vontade qualquer, banal, de ler meus escritos tão abarrotados e esquecidos em dois links, dois blogs. Surge-me como uma força mãe, natural, que se apodera de minhas mãos, obrigando-me a escrever, escrever qualquer coisa, sem nenhuma pretensão, nenhum pensamento concreto em mente. Como percebe, ou melhor, como percebo, minha vida encontra-se em extremos, ora beirando a preguiça, ora a cansaço. Preguiça de estudar, de escrever, de sentir, de pensar. Cansaço de malhar (pois é, me contradizendo todas as vezes que achei que não iria gostar e nem muito menos duraria mais de uma semana, pois bem, veremos até quando, hoje acaba de completar uma semana...). Ainda não sei o porquê de deixar minha vida tão exposta assim em um site, sem leitores, que frustração (diriam), mas me ocorre certo alívio ao falar, falar, falar e ouvir apenas o eco de minha voz... E aqui deixo mais um texto sem nexo e sem coerência. Boa noite fantasmas de minha mente oca!