Essa história tão em branco cheio de suposições.
Esse branco, tão branco que virou gelo. Petrifica qualquer indício de
aproximação. Nos mantém em alerta, cada um retendo seu passo, com medo de ser o
apressado dessa história. Mas quem comanda o lápis? Qual a mão que o induz em
folha? Parece que ambos brigam pela borracha. E feito dois medrosos nos
afastamos do amor. O mantemos naquela velha caixa de recordações e de desejos,
revelados por vezes quando nos entreolhamos. Mas ninguém quer dar um passo adiante,
ambos carregando seus traumas e orgulho ferido. Eu já não confio. Ele não sabe
quem realmente sou. Mas por que é tão
difícil abrir mão disso tudo? Fazer como todos me aconselham: parte pra outro,
você pode ter melhores. Parece que ninguém o enxerga como eu. Ou melhor, parece
que só eu vejo seu outro lado, seu outro ser, o mais sereno. Mas só quando
estamos nós dois. Sem más recordações, sem rostos conhecidos, sem qualquer
distância entre eu e ele. Quando já não há o medo de ser feliz.
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