domingo, 23 de setembro de 2018

Um bicho me mordeu

Rebelde sem causa
Tristeza sem motivo
Como posso sentir isso?
Tá tudo bem, tudo normal
Mas as vezes um bicho me morde
E fico mal.

Do nada me sinto virada
Do avesso e amassada
Como um pano maltrapilho
E sem motivo me pergunto
Por quê diacho me sinto assim?

Olho o mundo a minha volta
Erguida pelas pontas dos pés
Tentando olhar o mais distante  
Percebo que meu umbigo
É um ponto tão minúsculo
Que desaparece na multidão.

E de tão pequena e fugaz
Que é  minha existência
Em comparação ao universo
Me desapareço em meio 
Ao meu completo caos.

Devastação

Devastação
É o que se expande
Se espalha e se dilacera
Em minha pele.  

De repete
Sinto um breu
Meus olhos taciturnos
Pairam sobre a distorção.
                                              
Estes olhos ardem
Com a acidez do ar
E a água devastada em mim
Transborda ao ar livre.

Vaza feito torneira quebrada 
De pingo em pingo
Até que de repente tudo se aquieta
E o silêncio se faz rei.