Gosto quando simplesmente paira seus
olhos sobre mim e sorri tão bobo, enquanto tento não me sujar com o sanduíche
em mãos. Quando parte do seu rosto está sob penumbra, olha fixamente para mim,
enquanto pergunto “o que foi?”, e com um sorriso largo me responde “nada,
apenas gosto de olhar para você”. É que seus olhos escuros parecem enxergar
além de mim, como se capturassem cada fração do que eu guardo internamente, escondido
e camuflado sob o meu batom vermelho.
Gosto de passar as mãos sobre sua
barba, fazê-lo lembrar da sua infância. Gosto de senti-la passando suavemente
sobre meu rosto, como dois felinos que se farejam numa noite fria e silenciosa.
Gosto do seu beijo, que me chega como alento. É seu sabor, textura e
temperatura. Me envolve e transborda, como água em ebulição. Saliva, língua e
mordidas. É o encaixe perfeito. E se essa conversa de química existe mesmo; a
nossa é, sem dúvidas, a orgânica.
Gosto quando consegue me ler, em
todos os sentidos. De ter sua mão sobre a minha, enquanto faz carinho nela. Também
acho incrível a forma em que surge quando mais preciso, quando o quarto em
silêncio fica vazio demais e me sufoca. É quando seu abraço me acolhe e sua voz
em tom sereno me tranquiliza, restituindo toda a minha calma.
Gosto de ouvir baixinho em meu
ouvido o quanto valeu a pena ter me conhecido, enquanto penso comigo mesma o
quanto estou feliz por ele ter surgido repentinamente em minha vida. Logo após,
olho para o relógio, esperançosa para dar meia-noite e ser a primeira a deseja-lhe
um feliz aniversário, sabendo eu que dessa vez quem ganhou o melhor presente
foi eu.
Ayllane Fulco.
Tenho certeza que o cara que te inspirou a fazer esse texto é alguém realmente de sorte! ;)
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