Ele estava entupido de ego. Orgulho ferido. Prestes a se
corroer internamente. Cada pedaço de lembrança amarga, um impulso desastroso.
Queria me provocar mais raiva, que eu perdesse a cabeça. Foi direto em meu
suposto ponto fraco. Sim, suposto. Pensando que ciúmes era um dos meus adjetivos.
Não que eu não sentisse. Mas não era o meu ponto fraco, não mesmo.
Impulsivamente, seu ego o transformava em estúpido e
imaturo. Covarde, é o que todos concordavam. Ele estava disposto a me
enfrentar, só que de forma indireta. Com ironias e desaforos. Pessoalmente
fingia que não se importava com nada. Mas eu sabia que era mentira. E sabe o
pior de tudo? Quer dizer, pior para ele e melhor para mim, é perceber que aquilo
me provocava raiva, hoje me faz rir. Rir de seu descontrole, da sua forma de
querer chamar minha atenção, a qualquer custo, nem que pra isso recorra a
repetir os atos do motivo de nosso estranhamento.
Ele quis se sair como “aquele que não corre atrás” e me
fazer parecer “a neurótica”. Mas ambos sabemos a verdade. Ele se saiu como o infantil
orgulhoso, e eu como a indiferente.
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