sexta-feira, 28 de março de 2014

Peso morto

          “Qual é o limite? O limite da liberdade do outro?” depois de pensar nessas perguntas me veio em mente que o limite não está necessariamente no outro, mas em si mesmo. E então me veio a segunda pergunta, dessa vez mais coerente, “qual é o meu limite?”, ou seja, até onde eu suporto a liberdade do outro, até onde esta não pode me atingir? Essa é a indagação que me faço sempre que me aborreço, quando alguém faz algo de contra aos meus princípios. Por que eu sei que não posso e nem devo regular e nem muito menos limitar a vida do outro, o que na verdade isso nunca foi minha pretensão.
          Então, qual o meu limite de transigência? Até que ponto uma ação não vai me incomodar e não passar a ser um peso (fardo)? E se for um peso, vale a pena carregar aos ombros? Essas foram as perguntas que fiz a um amigo, que possui sempre as melhores observações sobre a vida. E ele me respondeu, mais ou menos, assim:
- Há pessoas e pessoas, quando uma dessas é graciosa, o peso torna-se mais leve, mais fácil de carregar.
- Então essa pessoa precisa também cooperar para se tornar mais leve?
- Sim, exatamente. Lembrando-se que a vida é muito curta para perder tempo “suportando” alguém. E paradoxalmente falando, a estrada é longa demais para carregar aos ombros um “peso morto”.
(Ayllane Fulco)

Bobo da corte

          Disseram-me tantas coisas. Adjetivaram-me, expuseram suas opiniões de mim. Até não restar nada de quem eu achava que eu era. De repente, estava despida. Sem nome, sem identidade, forma, contexto... Apenas exposta a argumentos baratos. Fizeram-me acreditar que eu era uma mentira. Atiraram-me no meio do circo. Agora já vestida com as roupas que me impuseram. De repente eu já estava ali, dessa vez com um nome, identidade, forma e contexto, literalmente fantasiado de bobo da corte. Eu já não era quem eu achava ser, eu era de acordo como me viam.  Mais uma vez entregue a uma mentira, dessa vez criada por outros.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Transcriptase Reversa

     Ele estava entupido de ego. Orgulho ferido. Prestes a se corroer internamente. Cada pedaço de lembrança amarga, um impulso desastroso. Queria me provocar mais raiva, que eu perdesse a cabeça. Foi direto em meu suposto ponto fraco. Sim, suposto. Pensando que ciúmes era um dos meus adjetivos. Não que eu não sentisse. Mas não era o meu ponto fraco, não mesmo.
     Impulsivamente, seu ego o transformava em estúpido e imaturo. Covarde, é o que todos concordavam. Ele estava disposto a me enfrentar, só que de forma indireta. Com ironias e desaforos. Pessoalmente fingia que não se importava com nada. Mas eu sabia que era mentira. E sabe o pior de tudo? Quer dizer, pior para ele e melhor para mim, é perceber que aquilo me provocava raiva, hoje me faz rir. Rir de seu descontrole, da sua forma de querer chamar minha atenção, a qualquer custo, nem que pra isso recorra a repetir os atos do motivo de nosso estranhamento.
     Ele quis se sair como “aquele que não corre atrás” e me fazer parecer “a neurótica”. Mas ambos sabemos a verdade. Ele se saiu como o infantil orgulhoso, e eu como a indiferente.

Lista Incompleta...

       Preciso colocar em minha cabeça que:

1-      Quem ama cuida.
2-      Quem tem interesse, corre atrás.
3-      Manter um relacionamento saudável é preciso saber se autoanalisar primeiro.
4-      Não procure desculpas para o que é óbvio, o que já está estampado na cara, como forma de não querer enxergar.
5-      Homens inseguros são covardes.
6-      Nunca ame mais alguém do que se é amada pelo mesmo.
7-      Não busque o que não é recíproco.
8-      Jamais mendigue atenção.
9-      No entanto, também seja compreensiva. Saiba ouvir.
10-   Goste de alguém que sinta prazer em conversar contigo. E que a conversa não seja entediante. Que flua espontaneamente, como se já se conhecem há anos.
11-   Quem espera, cansa. E o cansaço também pode ser libertador.
12-   Jamais se sinta satisfeita com um amor menor do que mereça.
13-   Cuidado com as pessoas que não perguntam sobre como foi seu dia, talvez elas não estejam interessadas em sua vida.
14-   Não insista em um erro.
15-   Não deixe que seu ego seja maior do que você.
16-   Mas não perca seu amor-próprio. O que não significa ser prepotente.
17-   Não deixe e nem envolva diretamente os outros em seus assuntos pessoais.
18-   Saiba dizer “não” para o que te incomoda.
19-   Também se arrisque, permita-se.
20-   Quem pensa muito se esquece de viver. Por isso, não se lastime tanto.
21-   Antes de reclamar por coisas irrelevantes, agradecer a Deus por tudo o que possui.
22-   Nem todos conseguem reconhecer pérolas.
23-   As pessoas são imprevisíveis, jamais subestimá-las.
24-   Confie desconfiando.
25-   Não aceite um erro com a velha desculpa de que “ele é homem...”.
26-   Homem também precisa ter caráter.
27-   Não busque no outro o que falta em você.
28-   Já nascemos completos, mas nos deixamos se perder pelo caminho. Se reconstrua.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Zíbia Gasparetto

Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida. Gostar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das idéias de cada um. Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.

Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão.

Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar em sua vida Um Amor de Verdade

quinta-feira, 6 de março de 2014

Faça acontecer!


A questão é simples: Achamos sempre que ainda não estamos prontos. O tempo todo nos questionamos, e questionamos nossas capacidades. Por fim, esperamos por um outro amanhã, quando estivermos mais estabilizados, mais maduros, mais amados... Diferente de como estamos agora. Só que o problema todo não se passa por fora de nós, e sim por dentro. Em um conflito psicológico, em que nossas inseguranças estão sempre nos puxando para trás, dizendo em nossa mente que não estamos prontos para viver. Talvez por medo de sofrer algum dano, principalmente o emocional. E ficamos ali, esperando por algo que nunca chega. O sofá vai nos afundando cada vez mais. E em todo esse tempo, enquanto buscamos por uma tal mudança para se chegar à autoconfiança, dentro de nós nada muda, tudo fica intacto, e sabe porquê? Por que não nos permitimos viver, mudar, se transformar.  Ainda estamos esperando por alguma mudança externa. Como por um amor que bata à porta. Qualquer coisa que não precise do nosso esforço. Que simplesmente surja e que tenhamos a convicção que estamos prontos para enfrentar o mundo. Mas não é assim que a coisa funciona. Nesse tal espaço que nós vivemos chamado de mundo, é preciso se levantar do sofá primeiro, lavar o rosto, empurrar a maçaneta da porta e finalmente viver! Sem esperar por um impacto externo para que finalmente se possa mudar o interno. A regra simplesmente é inversa. A mudança primeiro surge de dentro para fora, e para que isso ocorra, requer um esforço de sua parte, como deixar de se questionar tanto, ou melhor, deixar de pensar tanto, de se martirizar tanto e de achar que nada vai dar certo. Pois quem pensa muito se esquece de viver. Portanto, viva! Reaja! E deixe de ficar sentado pensando no que poderia ser. Faça acontecer!
- Ayllane Fulco