sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Era só um garoto

Era só mais um imaturo sentimental. Não sabia o que sentia. Ou melhor, saber, sabia, mas não queria admitir a alto bom som. Então sussurrava pelos cantos amor eterno. Era tão frágil que dava para quebrá-lo com um toque. Tão romântico que era de se espantar. Mas não por sua obsessão (se é que existia), e sim por ser contraditório com sua pessoa. Com que falava e demonstrava aos outros. Batia no peito, como um homem íntegro, rígido e anti-sentimental, mas quando ficava sozinho, em suas humildes palavras, nada mais era do que um garoto. Um garoto apaixonado. E todos os seus conselhos aos desconhecidos se tornavam tolos. Distantes demais. Teóricos demais. Pois até ele sabia que nenhum personagem permanece intacto por tanto tempo.

- Ayllane Fulco

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