domingo, 10 de fevereiro de 2013

Borboletas

    Como pode a vida de duas famílias mudar tão drasticamente por um erro cometido em segundos?! A vida se apresenta tão jovem, feito borboleta ao sair do casulo, tão cheia de sonhos, planos e alegrias... Até que um erro fatal interrompe essa bela borboleta de voar. Dois amigos, de menores (ambos com 16 anos), bebiam vinho no apartamento de um deles, quando de repente o de menor, morador do apto, dispara um tiro acidental ao mostrar a arma do pai ao amigo, atingindo-o no peito. Infelizmente ele não sobreviveu ao disparo. 
    Imagino a dor e o desespero tanto da família que perdeu um ente querido, quanto do próprio garoto que matou seu amigo acidentalmente, enfrentando a dor e as críticas da mídia, daqueles que desconhecem a amizade dos dois e o seu coração aflito, tão cheio de remorso e sentimento de culpa.
    Apontar o dedo, culpando-o de um erro é fácil, difícil é se por no lugar de um garoto que não só tirou a vida de alguém acidentalmente, quando também esse alguém era seu amigo. É deitar-se e não conseguir dormir, com a cena tão drástica de alguém que ama caído ao chão, se despedindo da vida tão jovem. Agora é momento de consolo, ajudar aos pais da vítima com palavras de conforto, sem esquecermos-nos do outro lado, de um garoto amedrontado, sofrendo a pior dor sentimental e psicológica que alguém poderia imaginar.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um dia no salão de beleza...



Tem dias que suas roupas não lhe caem bem, que seu cabelo te enjoa, as unhas parecem berrantes demais, seu quarto fica tão sem personalidade... De repente, surge uma vontade danada de agir, mudar, passar por “um dia de princesa”, sim, como naqueles programas clichês da TV. Então, primeiro passo é ir ao salão de beleza, até então sem ideia do que fará no cabelo, mas com o objetivo de mudar! Quando o cabeleireiro se aproxima com aquela tesoura brilhante de metal, tão amolada e tão viciada em cortar cabelo... Seu coração acelera, sua boca fica seca, chega até dar uma tremedeira, e quando você tenta se segurar na cadeira, sua voz sai como um tiro no espaço “Espera!” e um turbilhão de pensamentos te invade, você começa a pensar se realmente quer mudar, começa a ficar com remorso de cortar um pedacinho do cabelo sequer, é como um parente próximo, já é da família. Você se ajeita na cadeira, respira fundo e diz “Acho que só quero cortar as pontinhas do cabelo”, o cabeleireiro parece não ter-se convencido, não sei por que diacho tem essa sina de quanto mais cortar, melhor, parece vampiro vendo sangue, é ameaçador pra quem está ali, sentado numa cadeira, vendo aquele vampiro com uma tesoura em mãos. O cabeleireiro mostra a palma da mão e pergunta se desse tamanho tá bom, você se arrepia só de imaginar a quantidade de cabelo no chão, então diz que dois dedos servem, com a desculpinha que cortou há pouco tempo. A tesoura se aproxima sem dó, e “vumpt” lá se fora dois dedos de cabelo. Você se levanta da cadeira, remeche o cabelo de um lado para o outro, com um sorriso largo no rosto e pensa “dever cumprido”, sai do salão tão poderosa, parecendo à atriz Julia Roberts no filme “Uma Linda Mulher”,  já consegue até ouvir a música:

"Pretty woman, walking down the street
Pretty woman, the kind I like to meet
Pretty woman, I don't believe you you're not the truth
Noone could look as good as you
Mercy!"

(...)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Não se perde aquilo que nunca se teve.


         Quando finalmente achamos que encontramos a pessoa certa, descobrimos que é mais uma errada. Todas aquelas coisas das quais éramos em comum, transformam-se em uma ponte que nos separa, assim como os sinais iguais se afastam, e opostos se atraem. Precipitamos-nos em nosso mundo idealizado, até quando um dia tudo vem à tona... Não, ele não era a pessoa certa pra mim. E toda aquelas conversas bobas, risos envergonhados, planos tão mal elaborados, tudo isso passa, vive, morre, vive novamente, até finalmente morrer de vez em nós. É como mais um conto sem final feliz. Quando pensávamos que éramos felizes, ou que estávamos naquele exato momento, não passou de um momento, exato momento, apenas momento. Às vezes penso se seria eu que te perdi, ou melhor, se eu mesma permitir que me perdesse, mas aí uma voz mais forte ecoa em minha mente dizendo que não se perde aquilo que nunca se teve.