Nunca me senti tão acolhida em braços serenos e nem tão livre quanto um pássaro. Nunca me senti tão de alguém e tão sem dono. É que você me tem, não em suas mãos, mas em teu corpo. Cada poro de minha pele, cada fio do meu cabelo, de extremidade à extremidade. Me tem alinhado em tua vértebra como sendo dois corpos em harmonia. Tem meu pulsar, meu latejar e meu suor. Tem minha permissão, meu sim e o meu não. Me tem da forma mais ampla e restrita que existe. Me tem como nunca haverá de ter. Me tem em total imensidão do tempo ou em ínfimos segundos, mas agora, mais do que nunca, me tem por inteira, despida de qualquer pudor.